''São só palavras. São maleáveis, voláteis, e eu as junto as vezes, não sei exatamente porque e nem se esse porque existe. De qualquer forma, agora são suas palavras também.''

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Pra longe, vem.

Sentir se afastar de tudo, sem fazer questão de se prender a algo, ou fechar os olhos simulando uma escuridão talvez seja a melhor escolha.

Ou não.

Talvez só seja a melhor saída. Fuga. Atalho. Talvez sejam as palavras certas.

Talvez, só talvez, seja exatamente isso que eu esteja a procurar.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011


Chovia. E essa chuva um tanto quanto diferente das outras me fazia lembrar de certas coisas. Coisa que eu pensava a muito já ter esquecido. As gotas grossas e firmes me cortavam, e acabavam por se misturar as minhas lágrimas. Mas eu não sentia frio. Aquele frio de quem chora por tristeza, contra as regras, porque não deveria chorar. Não. Não era nada disso. Eu sentia o poder da liberdade, que não pode ser descrito como apenas isso, mas como tudo, já que minhas asas se abriam novamente. Eu respirava aliviada. Apesar da chuva, das lágrimas e do frio. Meu coração ainda batia, e ele me aquecia, como sempre aliás.

segunda-feira, 4 de julho de 2011



Enxergar janelas em paredes de concreto e fantasmas em salas claras.

Sentir cheiro de rosas deitado na cama, e cheiro de ódio quando se levanta.

Achar que se conhece as pessoas, e até cumprimentá-las, para descobrir então que elas só vivem de máscaras.

Viver irrealmente em um mundo que gira rápido demais, que é real demais, que te muda demais .

Sonhar abertamente fingindo ignorância ao tempo que passa.

Fingir que não escrevi e nunca existi, parece-me agora, perfeito demais.

terça-feira, 24 de maio de 2011

certo ou não, assim se fez


Cansaço. Calor. Terra. Passos. Barulho de passos. Suspiro. Suor. Dor. Sol. Passos. Pedras. Incômodo. Sede. Sombra. Barulho de passos. Vozes. E então passos. Grama. Arama. Força. Pausa. Suor. Inspiração. Passos. Expiração. Sombra. Respiração. Água. Som de água. Passos. Corrida. Som de corrida. Murmúrio de vozes, não de água. Passos. Água. Suspiro. Grama. Pedras. Água. Pedras geladas. Suspiro. Pedras molhadas. Azul.

domingo, 22 de maio de 2011


Enxergar janelas em paredes de concreto e fantasmas em salas claras.

Sentir cheiro de rosas deitado na cama, e cheiro de ódio quando se levanta.

Achar que se conhece as pessoas, e até cumprimentá-las, para descobrir então que elas só vivem de máscaras.

Viver irrealmente em um mundo que gira rápido demais, que é real demais, que te muda demais .

Sonhar abertamente fingindo ignorância ao tempo que passa.

Fingir que não escrevi e nunca existi, parece-me agora, perfeito demais.



As folhas caiam tão levemente no chão, que parecia impossível não haver uma mão lá, as colocando gentilmente sobre a grama esverdeada e meio queimada pelo sol.

Eu não acreditava que realmente estava lá, e apesar dos lapsos de memória que me vinham, eu tentava imaginar o que havia feito de tão bom para merecer aquilo. Para merecer tamanha paz.

E então me bateu a saudade, me bateu a falta, e meu peito apertou. As lágrimas caíram rápido demais e eu já não pudia conte-las. Eu soube, rápido demais, que alguma coisa estava errada, que eu não poderia mais te ver. E me diga, do que adiantaria para mim um mundo tão lindo, se você não estiver comigo?

terça-feira, 22 de março de 2011


E então eu descobri que não gosto de fazer as coisas porque me pedem – quer dizer, eu já sabia, tive a confirmação.

Dessa vez a descoberta não foi como em nenhuma das outras. Ela não surgiu em minha mente, eu não fui induzida a encontrá-la, nada disso. Dessa vez, foi eu. Somente eu e o vento. O escuro, o desafio. Um [desafio] que eu não queria. Não, não e não. Eu não sabia por que deveria superá-lo e nem o motivo que me obrigava a encará-lo.

Eu sabia qual era minha vontade, e a partir daquele momento, sabia também que nunca faria algo cuja ordem de execução viesse de algum lugar que não fosse meu coração.