''São só palavras. São maleáveis, voláteis, e eu as junto as vezes, não sei exatamente porque e nem se esse porque existe. De qualquer forma, agora são suas palavras também.''

terça-feira, 24 de maio de 2011

certo ou não, assim se fez


Cansaço. Calor. Terra. Passos. Barulho de passos. Suspiro. Suor. Dor. Sol. Passos. Pedras. Incômodo. Sede. Sombra. Barulho de passos. Vozes. E então passos. Grama. Arama. Força. Pausa. Suor. Inspiração. Passos. Expiração. Sombra. Respiração. Água. Som de água. Passos. Corrida. Som de corrida. Murmúrio de vozes, não de água. Passos. Água. Suspiro. Grama. Pedras. Água. Pedras geladas. Suspiro. Pedras molhadas. Azul.

domingo, 22 de maio de 2011


Enxergar janelas em paredes de concreto e fantasmas em salas claras.

Sentir cheiro de rosas deitado na cama, e cheiro de ódio quando se levanta.

Achar que se conhece as pessoas, e até cumprimentá-las, para descobrir então que elas só vivem de máscaras.

Viver irrealmente em um mundo que gira rápido demais, que é real demais, que te muda demais .

Sonhar abertamente fingindo ignorância ao tempo que passa.

Fingir que não escrevi e nunca existi, parece-me agora, perfeito demais.



As folhas caiam tão levemente no chão, que parecia impossível não haver uma mão lá, as colocando gentilmente sobre a grama esverdeada e meio queimada pelo sol.

Eu não acreditava que realmente estava lá, e apesar dos lapsos de memória que me vinham, eu tentava imaginar o que havia feito de tão bom para merecer aquilo. Para merecer tamanha paz.

E então me bateu a saudade, me bateu a falta, e meu peito apertou. As lágrimas caíram rápido demais e eu já não pudia conte-las. Eu soube, rápido demais, que alguma coisa estava errada, que eu não poderia mais te ver. E me diga, do que adiantaria para mim um mundo tão lindo, se você não estiver comigo?