''São só palavras. São maleáveis, voláteis, e eu as junto as vezes, não sei exatamente porque e nem se esse porque existe. De qualquer forma, agora são suas palavras também.''

terça-feira, 22 de março de 2011


E então eu descobri que não gosto de fazer as coisas porque me pedem – quer dizer, eu já sabia, tive a confirmação.

Dessa vez a descoberta não foi como em nenhuma das outras. Ela não surgiu em minha mente, eu não fui induzida a encontrá-la, nada disso. Dessa vez, foi eu. Somente eu e o vento. O escuro, o desafio. Um [desafio] que eu não queria. Não, não e não. Eu não sabia por que deveria superá-lo e nem o motivo que me obrigava a encará-lo.

Eu sabia qual era minha vontade, e a partir daquele momento, sabia também que nunca faria algo cuja ordem de execução viesse de algum lugar que não fosse meu coração.

sábado, 12 de março de 2011

Reconstruir


Eu me lembro que admirava a paisagem, e que bela paisagem me abraçava naquele fim de tarde. O sol já se escondia atrás de uma corpulenta nuvem, mais seu brilho, sua alegria e sua simplicidade ainda era visível. Ele era dono de um brilho alaranjado, daqueles que dão a sensação de calor, esse laranja ainda virava vermelho, era ardente. E ainda nesse mesmo céu, seu brilho mudava novamente pra um roxo claro, calmo, esperançoso.

Essas cores, o movimento, a companhia e o passado podem ter me levado ao pensamento, não tenho certeza. Não posso ter, e não faço questão. Há certas coisas, que é melhor deixar como estão. Só tenho a certeza que a idéia me surgiu, e me fez perceber e sentir naquele momento talvez mais do que nos outros, quão grandioso é o mundo que vivemos, quão bom pode ser tudo o que temos. E como conseguimos devolver pra um lugar de qualidades, que só nos fornece o que tem de melhor, o nosso pior. É triste pensar depois de toda a euforia provocada pela grandeza daquele céu, que me sufocava de beleza, que temos nosso lado negro. Nosso lado nojento, mesquinho, que vive nas sombras. É horrível, assustador imaginar que algumas pessoas liberam essa parte do ego. É ainda mais terrível pensar, que essas pessoas prejudica outras. Que essas pessoas destroem outras, assim como fazem com o planeta.

Eu não quero mais viver em uma sociedade onde não existam valores. Eu não quero ter de me preocupar se aquele pôr do sol vai ser o último que vou ver. Eu não quero ter de medir tudo o que digo por que existe traição. Eu quero que as pessoas mudem, que entendam que prejudicar outras pessoas só te machuca mais por dentro. Quero que olhem o céu no fim do dia, e não consigam nem enumerar a quantidade de coisas boas que fizeram, porque não fizeram pra ser reconhecidas, fizeram pra se reconstruir por dentro, para espalhar o amor, semear o respeito e gerar união, compaixão e um futuro que mereça ter esse nome. Que mereça ter o título de aprimorado, sábio e fiel.

quinta-feira, 3 de março de 2011

com coisas demais


Nostalgia. Saudade de tudo, tudo que não volta mais.
Cansaço do hoje, hoje que passa lento demais.
Espera pelo recomeço, recomeço que não existe aliás.
Voltas e voltas, em um tormento incompreensivo, que o ser humano não vive sem.
Sem vida, sem tempo e sem sono.