''São só palavras. São maleáveis, voláteis, e eu as junto as vezes, não sei exatamente porque e nem se esse porque existe. De qualquer forma, agora são suas palavras também.''

terça-feira, 19 de outubro de 2010

- Porque você não para? - eu já chorava descontroladamente, e dessa vez eu realmente estava com medo.
Em 3 meses Tony nunca havia tido uma crise tão forte como a de agora. Quantas vezes eu dissera a ele que o amava? Quantas vezes foi preciso lhe explicar que era só ele que tomava conta do meu coração? Eu já tinha ficado farta de tanto repetir isso, e não fazia por costume, era porque era a verdade, até então...
Tony sempre foi exagerado. Eu sabia que ele me amava, mais parece que ele ficava furioso até quando meu irmão tocava em mim, e isso me esgotava as vezes, mais era o meu namorado, era o cara da minha vida, e só isso sempre me bastou.
Mais eu não podia repetir isso agora. Não depois do Daniel e de tudo que eu senti.
Você já sentiu a sensação de que esperou a sua vida toda pela pessoa que acabou de entrar pela porta dos fundos de uma festa na casa do seu namorado? E incrivelmente teve a sensação de que ele sentiu o mesmo? Foi assim a primeira vez que nossos olhares se cruzaram, e aquilo me abalou. Até então, eu achava que amava Tony, mais nunca havia sentido aquilo por nenhum, nenhum cara, e a intensidade do momento me marcou, aquilo ficou gravado em mim, e não saiu da minha cabeça.
Esse foi o começo do meu desespero. Quando Daniel atravessava a cozinha, Tony veio me ajudar com as bebidas, e se incomodou com nossos olhares. Acho que ele realmente sentiu que aquilo podia afetar nossa relação. E por isso esse ataque agora, para encher minha cabeça com mais dúvidas do que as que eu estava a apenas 10 minutos atrás...

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